domingo, 8 de fevereiro de 2015

O FIM DA MONOGAMIA E O FUTURO DO AMOR E DO SEXO


Existe uma noção muito difundida na humanidade de que as relações monogâmicas são a solução ideal e definitiva - o pacto padrão entre casais humanos que mantém o tecido da sociedade idealmente intacto. Porém, um número crescente de cientistas acredita que a monogamia não é nosso padrão natural; e pode inclusive não representar o melhor caminho para a felicidade.

Praticamente todas as espécies de mamíferos apresentam uma “promiscuidade” sexual. Até mesmo em espécies como as ratazanas de pradaria (um tipo de roedor americano conhecido por apresentar o forte comportamento de ter apenas um parceiro durante toda a vida), que são um emblemático símbolo da relação de monogamia na natureza, produzem filhotes de pais diferentes em 20% das ocasiões. Além disso - dizem os historiadores - para os humanos, o comportamento “promíscuo” não é nenhuma novidade. 


Antropologistas têm revelado pistas de como nossos ancestrais do paleolítico viviam. Antes do advento da agricultura, humanos tinham uma expectativa de vida agressivamente curta. Alguns sobreviviam até os 50 anos, mas a maioria falecia ainda jovem ou mesmo durante o nascimento, com uma expectativa de vida média em torno de 30 a 40 anos. 
Com uma vida tão curta, era possível acontecer de crianças ancestrais experimentarem o sexo na idade dos seis anos. Muitos casais viviam relacionamentos temporários, e a “infidelidade” era comum para estes moradores das cavernas.

Quando nossos ancestrais encontravam-se numa situação de infelicidade, eles simlpesmente tomavam seu caminho e encontravam outra caverna. Cientistas acreditam que caçadores-coletores faziam sexo mais por prazer do que com fins de reprodução.

Helen Fisher, pesquisadora da Universidade de Rutgeers, escreveu 5 lilvros sobre o futuro do sexo humano, amor, e relações, e ela acredita que o casamento mudou mais nos últimos 100 anos do que nos 10.000 anos anteriores, e pode mudar ainda mais nos próximos 20 anos do que nos útimos 100 anos!

David Levy, autor de “Amor e sexo com robôs” prediz que, assim que os robôs se tornarem mais sofisticados, cada vez mais indivíduos aventureiros entrarão em relacionamentos íntimos com essas máquinas inteligentes.

Um parceiro robô seria a companhia ideal, jamais vivenciando tédio ou aborrecimento, sendo sempre atencioso, diz Levy. Você será sempre o foco e a peça central da existência deles e você nunca precisará se preocupar em ser traído ou ser abandonado, porque a lealdade e fidelidade estarão embutidas em sua programação.

Nosso conceito de infidelidade também está mudando. Alguns casais casados concordam que não há problemas em ter sexo casual quando viajam separados; outros sustentam uma longa relação de “adultério” com o consentimento do cônjuge. Além disso, estudos recentes têm mostrado que relações como estas, com menos pressão em “ser fiel”, são menos estressantes para ambos os participantes, gerando vidas mais felizes.

Encontros via internet exercem seu impacto em relacionamentos também. O processo de unir pessoas com bons parceiros está se tornando tão eficiente, e tão prazeiroso, que o casamento em si pode um dia se tornar obsoleto.

À medida que navegamos nos ventos do século 21, novos tipos de relacionamentos desafiarão muitas das tradições e políticas sociais. A futurista Sandy Burchsted, de Houston, que recentemente falou na conferência “World Future Society”, acredita que no futuro a maioria das pessoas vão se casar ao menos quatro vezes na vida e experimentar aventuras extra-conjugais com pouquíssima censura pública. Casamento será considerado um processo evolucionário, e não um evento único na vida.

Talvez seja a hora de repensar a monogamia, especialmente considerando a forma como o mundo tem politizado o conceito de casamento. Assim como os casais de ratazanas de pradaria não possuem uma “pureza alva como a neve”, não existe também nenhuma evidência biológica que sugere que o ser humano é naturalmente monogâmico. Podemos ser culturalmente e socialmente encorajados a ser “fiel”, mas não está claro o quanto desta realidade realmente faz parte de nossa biologia.

Alguns acreditam que as relações monogâmicas são o melhor caminho para a felicidade; mas muitos experts negam rapidamente. Pesquisadores defendem que relações não-monogâmicas têm reportado altos níveis de intimidade e satisfação, e menos cíume do que o experimentado nos casais monogâmicos.

Hoje, vivemos num oceano de tecnologias que têm remodelado profundamente nossas vidas. A necessidade de unir-se é um traço humano e os mecanismos que nos levam a nos apaixonar estão embutidas em nossa natureza. Com novas ferramentas de incentivo ao romance, como o Viagra e a reposição de estrogênio, e com a ciência providenciando períodos mais longos de saúde e expectativa de vida, teremos a oportunidade de criar um tipo de parceria mais completa e gratificante do que em qualquer outro momento da história. Bem vindo ao futuro!

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